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sábado, 23 de outubro de 2010

Portuário denuncia irregularidades trabalhistas no Porto do Aratu

Bruno Rios
reportagem

O trabalhador portuário Jorge Haile procurou o PortoGente para relatar o que ele classifica como irregularidades gritantes no dia a dia do Porto de Aratu, na Bahia. De acordo com Jorge, em mais de uma oportunidade foram chamadas pessoas alheias ao sistema portuário para o serviço de atracação e desatracação de navios, que prevê a utilização de mão de obra avulsa neste caso.

* Diretor da Intermarítima rebate acusações e as classifica de irresponsáveis

“É uma situação totalmente ilegal. Pela lei, o serviço de atracação é nosso e estão querendo tirar o trabalho das mãos dos avulsos para substituir a gente por uma mão de obra mais barata, ganhando um salário-mínimo e nada mais. Trata-se de uma ousadia sem tamanho o que vem ocorrendo em Aratu e procurei PortoGente para mostrar ao Brasil o descaso conosco. Na última vez em que deu problema aqui na Bahia, quiseram colocar à força gente que não é avulsa.”

Jorge Haile refere-se ao dia 7 de outubro, última vez que a empresa Vetor, segundo ele auxiliada por uma operadora portuária, a Intermarítima, levou ao Porto de Aratu vários trabalhadores que não eram portuários, tampouco faziam parte do registro de dados do Órgão Gestor de Mão de Obra de Salvador e Aratu (Ogmosa).

“Queriam colocar gente que nada sabe do trabalho no Porto de Aratu para realizar o trabalho de atracação de navios. Tentaram tirar o avulso à força e colocar os seus funcionários, desrespeitando a lei. No dia 7, tinha gente que nem nadar sabia e a empresa empurrara para o serviço. Como alguém assim pode prestar um serviço no porto? E tudo isso ocorreu com a conivência da Codeba e da Guarda Portuária, que tentou intimidar os avulsos”.

O portuário acredita que a investida de empresários sobre o serviço de atracação e desatracação de navios tem, sobretudo, motivação financeira. “É simples. O dono do navio paga R$ 4 mil para cada um que o atraca em terra. A diária do avulso é de R$ 52,00. Se não mudar nada, o intermediário fica com R$ 3,9 mil na mão. E se tirar o avulso, o lucro sobe ainda mais.”

Fonte: PortoGente