Portuários esperam
publicação de medida provisória para avaliar o impacto do programa de investimento
dos portos lançado pelo governo federal nesta quinta-feira (6). Entre as medidas
anunciadas pela presidenta Dilma Rousseff, a liberação dos Terminais de Uso
Privativo (TUPs) para movimentar cargas de terceiros preocupa os trabalhadores.
“Precisamos garantir
que as negociações capital x trabalho com esses terminais sejam feitas com os
sindicatos no âmbito das três federações”, defendeu o presidente da Federação
Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, ao participar de reunião com
representantes das três federações na tarde de hoje.
Durante o anúncio do
marco regulatório dos portos brasileiros, a presidenta Dilma Rousseff assegurou
a garantia dos direitos dos trabalhadores. “Aos trabalhadores portuários digo
que nenhum direito trabalhista será retirado”, afirmou.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta ressaltou
ainda a necessidade de investimentos na capacitação de mão de obra. Disse também
que será exigido cumprimento de metas e gestão profissional das companhias
Docas.
Para fomentar a
competitividade dos portos brasileiros o governo federal vai investir R$ 54,2
bilhões até 2017 em arrendamentos e terminais privativos (TUP), sendo R$ 31
bilhões nos anos de 2014 e 2015 e R$ 23,2 bilhões em 2016 e 2017. “O objetivo é
movimentar a maior quantidade de carga com menor custo” disse a presidenta
Dilma Rousseff.
Serão feitos
investimentos em dragagem, infraestrutura, aumento da movimentação de cargas.
Haverá uma reorganização no setor, o planejamento portuário será integrado com
o de transporte e a Secretaria de Portos passa a ser responsável pela
centralização do planejamento.
Além disso, a Agência
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) deixa a pasta do Ministério dos
Transportes e estará vinculada a SEP.
De acordo com o
ministro da SEP, Leônidas Cristino, o serão licitados os 54 terminais concedidos
à iniciativa privada antes da Lei 8.630/93.
As licitações para
concessão de portos e arredamentos dentro do porto organizado vão considerar a maior
movimentação com menor tarifa. Já as autorizações para os TUPs serão feita por
chamada e seleção públicas.
Medidas como a extinção
do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), a privatização da administração portuária
e o fim dos Conselhos de Autoridades Portuárias (Caps) não se confirmaram.
Apesar disso, o
presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra,
considera que ainda é preciso está alerta. “Depois que for divulgado na íntegra o
programa para os portos se ficar claro que os trabalhadores serão prejudicados,
vamos está mobilizados para lutar pelos nossos direitos”, ressaltou.
Ao participar de
reunião na tarde de hoje, os presidentes da Federação Nacional dos Estivadores
(FNE), Wilton Barreto, da Federação dos
Conferentes, Consertadores, Vigias e Trabalhadores de Bloco (Fenccovib), Mário
Teixeira e da FNP, Eduardo Guterra, avaliaram que a participação dos
trabalhadores nas discussões que foram feitas ao longo do ano sobre o assunto e
nas reivindicações que foram encaminhadas ao governo geraram resultados como o
compromisso da presidenta com os direitos da categoria.
Por Adriana de Araújo,
assessora de comunicação da FNP