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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Portus: Portuários se reúnem para avaliar processos contra patrocinadoras

Em reunião no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (13), representantes da Federação Nacional dos Portuários (FNP) analisam situação dos processos judiciais movidos pelo Instituto de Seguridade Social (Portus) contra as patrocinadoras do fundo. O Instituto já moveu cerca de 20 processos judiciais para exigir o pagamento de dívida.

O Portus encontra-se sob intervenção desde agosto de 2011.O fundo tem dificuldades de pagar os benefícios dos participantes devido à inadimplência das empresas patrocinadoras [companhias Docas]. No total, o fundo é credor de dívida de aproximadamente R$ 4 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão devido pela União, referente à retirada de patrocínio da extinta Portobrás.

O Instituto Portus contesta na justiça o pagamento das dívidas, em processos movidos contra as patrocinadoras. Em julho deste ano a Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou a União em 1ª instância a pagar R$ 1,2 bilhão, referente à retirada de patrocínio da extinta Portobrás.

Na reunião da próxima quinta-feira, será feito um levantamento do andamento dos processos judiciais movidos contra as patrocinadoras inadimplentes. No mesmo dia, também está prevista uma reunião com o interventor do Portus, José Crespo.

A Federação também solicitou a Secretaria de Portos que o ministro, Leônidas Cristino, se reúna com a Comissão de Acompanhamento da Intervenção do Portus para esclarecer quais são as intenções do governo para o fundo.

Fonte: Comunicação FNP

Portuários avulsos e da Codesp participam de assembleia quinta-feira, 13 de setembro, e planejam paralisação contra privatização do setor


Os portuários estão em atenção diante da iminência do anúncio que mudará o modelo de concessão dos portos. Para discutir o assunto e planejar uma possível paralisação, avulsos e empregados da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), vão se reunir em assembleia, na próxima quinta-feira, dia 13, na sede do SINDAPORT (Sindicato dos Empregados na Administração Portuária), às 9 horas da manhã.
"Infelizmente, a presidente Dilma está indo contra tudo o que o ex-presidente Lula fez. Enquanto ele retirou as companhias docas do Programa Nacional de Desestatização, criou a SEP (Secretaria Especial de Portos) e determinou recursos para o Portus, a presidente Dilma vem na contramão querendo acabar com as companhias docas, fazendo intervenção em nosso fundo de pensão e querendo entregar o setor totalmente para a iniciativa privada", afirma o vice-presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP) e presidente do SINDAPORT, Everandy Cirino dos Santos.
A assembleia contará com a presença maciça dos dirigentes sindicais e representantes das três federações (Federação Nacional dos Portuários - Federação Nacional dos Estivadores - Federação dos Conferentes, Consertadores, Vigias e Trabalhadores de Bloco). "A participação dos trabalhadores será de fundamental importância. Esperamos lotar o auditório do SINDICATO e traçar os rumos da mobilização das categorias".
Segundo o sindicalista, se a gestão dos portos e a administração das Companhias Docas estão ruins, por que a presidente Dilma não fez alterações em toda a direção assim que assumiu? Everandy Cirino afirma que apenas um ou outro porto teve mudança em seu comando. "Se ela manteve as diretorias das Companhias Docas é porque estava de acordo com a administração como um todo. Agora é fácil dizer que o setor portuário tem que mudar e se espelhar nos portos europeus", enfatiza o sindicalista.
O presidente do SINDAPORT ressalta que, infelizmente, muitos representantes do setor portuário ligados ao PT e a CUT estão de costas para os trabalhadores e esqueceram de todas as lutas e bandeiras levantadas contra as privatizações do setor portuário. "Dilma está criando dificuldade para vender facilidade. Se as Companhias Docas têm problemas de gestão, temos que lembrar que quem indica o comando das estatais é o ministro de Portos e a presidente Dilma".
Everandy Cirino também critica a divulgação pelo Governo de que o atual modelo de gestão dos terminais é considerado como caótico e que os portos públicos, administrados pelas companhias docas, não investiram o necessário. "A privatização do setor sempre foi criticada pelo Lula e Dilma participou do Governo dele e nada foi feito para reverter ou melhorar o sistema. Constantemente o Governo faz questão de anunciar investimentos na área portuária e agora fala que as Companhias Docas não investiram o necessário. Então precisamos de alguns esclarecimentos: por que a privatização do setor portuário foi mantida nos últimos dez anos? Por que o Governo não controla os recursos mandados para as Companhias Docas? Se não houve investimento pra onde foi todo o dinheiro?
Um dos assuntos mais polêmicos é a possível extinção dos Conselhos de Autoridade Portuária (CAP) e dos Órgãos Gestores de Mão de Obra (Ogmos). Apesar da ministra-chefe da casa Civil, Gleisi Hoffmann, ter dito na semana passada que os órgãos não serão extintos, especula-se que a exclusividade mantida pelos trabalhadores inscritos no Ogmo deixará de existir.
O sindicalista também questiona o anúncio da criação de uma agência portuária federal. "Temos a SEP, a Antaq, o Ogmo, o CAP. Cada um tem uma atribuição e agora, vem o anúncio de que mais uma agência será criada. Então todos os demais órgão também serão extintos ou somente as companhias docas? Não podemos concordar com essa hipocrisia, achando que até agora todo o sistema estava errado e que com a criação de uma nova agência tudo mudará. Por isso, todos os portuários já estão mobilizados", ressalta.
FEDERAÇÃO
No próximo dia 19 de setembro, as três federações ligadas aos trabalhadores portuários vão se reunir em Brasília para também discutir a mobilização da categoria.

Fonte: AssCom Sindaport

Gleisi nega privatização

A ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, informou a líderes dos portuários durante audiência na última quinta-feira que o governo não vai privatizar as docas. Buscará gestão portuária profissionalizada para as companhias, podendo até terceirizar algumas atividades. Sem entrar em detalhes, a ministra descartou também a extinção dos órgãos gestores de mão de obra (Ogmo), responsáveis pela contratação de pessoal, mas avisou que o governo vai flexibilizar o Decreto n° 6.620/2008, que estabelece rígidas condições para a instalação de terminais portuários.

A ideia, ressaltou Gleisi, é permitir que todo tipo de carga passe pelos terminais privados. Hoje, empresas como a Vale podem manter terminais, mas apenas para embarcar ou desembarcar seus produtos. Com a mudança, são esperados ganhos de competitividade.

Eduardo Guterra, presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP),
é um dos maiores críticos da interferência política é dos cabides de emprego no cais, sob o argumento de que provocam distorções operacionais. "Somos contra a privatização das docas ou mesmo da abertura de seu capital, mas reconhecemos que sua gestão precisa ser moderna e profissional", avalia.

Os sindicalistas reivindicam maior participação nas discussões do governo sobre mudanças nos portos, preocupados com impactos na relação trabalhista. A FNP entregou uma proposta de reestruturação e modernização da gestão portuária, elaborada por técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que defende a continuidade da gestão pública das docas, porém com autonomia financeira.

O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, avisou que o poder público continuará a manter o papel de gerenciar e planejar o ambiente portuário, mas aproveitará as concessões para estimular o investimento em ampliação da capacidade e na modernização. Figueiredo acrescenta que os contratos vencidos há meses não serão renovados. Os que estão por vencer serão analisados um a um. (SR)

Fonte: Correio Braziliense - publicado em: 11/09/2012

Governo prepara anúncio de investimentos nos portos, mas não pretende eliminar nomeações políticas na administração das estatais

O pacote federal de investimentos para modernizar e ampliar os portos, a ser anunciado nas próximas semanas, poderá deixar de fora um dos mais antigos problemas do setor: o loteamento político das autoridades portuárias (AP). Representadas pelas sete companhias docas estaduais, estatais de economia mista que coordenam a complexa operação dos maiores terminais públicos, as APs continuam a ter diretores indicados por padrinhos políticos regionais, ligados a partidos da base aliada do governo. Para desfazer o nó, o governo cogita, no máximo, substituir as docas por um único operador portuário, uma espécie de Infraero dos portos, que não seria, contudo, blindado contra o fisiologismo, segundo analistas do setor.

O PSB cearense, do ministro-chefe da Secretaria de Portos (SEP), Leônidas Cristino, e de seu antecessor, Pedro Brito, atual diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), detém o controle direto sobre três companhias. O PR comanda uma (leia quadro ao lado). As outras três têm à frente dirigentes escolhidos por critério técnico, graças ao processo de profissionalização iniciado por Brito, mas interrompido por Cristino. Nenhum dos dois quis comentar o assunto.

"A herança do aparelhamento político-partidário dos portos é um dos maiores responsáveis pela sua ineficiência, seus passivos trabalhistas e seu baixo investimento. De nada adiantam medidas modernizadoras de gestão se não acabar de vez com essa velha prática. O ideal seria privatizar", desabafa José de Freitas Mascarenhas, presidente da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e do conselho de infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Há até situações em que profissionais de carreira ocupam o cargo mais importante da estatal portuária, mas não sem antes passar pelo crivo político. O presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Clóvis Lascosque, funcionário da estatal há 33 anos, foi indicado em agosto de 2011 pelo deputado federal Paulo Foletto (PSB-ES) e levado ao ministro dos portos pela bancada capixaba na Câmara. A intenção inicial dos parlamentares era, porém, emplacar Osmar Rebelo, ex-presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários Privados (ABTP) e filiado ao PSB.

Há casos de claro clientelismo. Político e empresário, Pedro Terceiro de Melo tomou posse em janeiro como presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), em substituição a um técnico da casa, Emerson Daniel. Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiern), ele é líder do setor ceramista e foi presidente da Câmara dos Vereadores de Apodi (RN). Candidato a suplente de senador na chapa derrotada da ex-governadora Wilma de Faria (PSB), Melo teve o nome patrocinado pela deputada federal Sandra Rosado (PSB). Faz oposição na política potiguar à atual governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Com passado ligado ao cacique baiano Antonio Carlos Magalhães (DEM), morto em 2007, José Rebouças passou por vários cargos políticos. Há quase três anos tomou posse na Companhia Docas da Bahia (Codeba), uma das mais tradicionais do país, fruto da indicação do deputado federal José Carlos Araújo, do PR. O partido é comandado no estado pelo ex-governador César Borges, atual vice-presidente do Banco do Brasil. Sua posse custou a se confirmar porque o então ministro Pedro Brito preferia um especialista do ramo.

Abertura
O presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), engenheiro químico Jorge Luiz de Mello, assumiu o cargo em 2007 prometendo reformas administrativas. Ele foi indicado pelo próprio ministro Pedro Brito, com quem trabalhou no Ministério da Integração, em um incipiente processo de profissionalização das diretorias das docas.

A outra investida nessa direção foi na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que chega à segunda gestão tocada por um diretor do ramo. Com inusitado respaldo dos sindicalistas, o engenheiro Renato Ferreira Barco, prata da casa, assumiu no mês passado a presidência da AP responsável pela gestão de Santos, maior porto da América Latina, no lugar do também técnico José Roberto Serra, funcionário de carreira da Antaq.

Carlos José Ponciano da Silva, engenheiro naval aposentado da Marinha, que há dois anos comanda a Companhia Docas do Pará (CDP), já tinha experiência na área e foi indicado pelo ex-presidente Clythio Raymond Van Buggenhout. Sua cadeira foi disputada por dezenas de nomes apresentados à Casa Civil, mas as indicações políticas perderam para a escolha técnica, o que agradou a comunidade portuária. A gestão do carioca Ponciano foi alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF), que viu indícios de irregularidades em licitações.

» Cobrança de propina

Inquérito federal investiga a suposta participação do vice-presidente Michel Temer (PMDB) em esquema de cobrança de propina de empresas contratadas pelo Porto de Santos. As suspeitas se referem ao fim dos anos 1990, durante a gestão Wagner Rossi, também ex-ministro da Agricultura, na presidência da Codesp. Rivais políticos de Temer sempre associaram seu nome a fraudes em licitações da estatal.

Fonte: Correio Braziliense - publicado em: 11/09/2012