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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lupi deve sair em reforma ministerial

Por Cristiano Romero | De Brasília

Carlos Lupi (PDT) deixará o comando do Ministério do Trabalho na reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer no início do próximo ano. Embora a presidente possa demiti-lo antes, caso surja uma denúncia que torne sua situação insustentável, a ideia é substituí-lo no momento da reforma, que mexerá com outras peças do ministério.
A presidente, segundo apurou o Valor, planeja trocar os titulares de pelo menos três Pastas: Cultura (Ana de Hollanda), Desenvolvimento Agrário (Afonso Florence) e Cidades (Mário Negromonte). Além disso, vão deixar o governo, para tentar a sorte nas eleições municipais do próximo ano, os ministros Fernando Haddad (Educação) e Iriny Lopes (Secretaria de Políticas para as Mulheres).
O ministro do Turismo, Gastão Vieira, da cota do PMDB no governo, também pode sair, caso não tenha o apoio da bancada do partido na Câmara. A sua permanência depende disso e de uma boa relação com o líder da legenda naquela Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). Já o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, só deixará o governo caso decida se candidatar à Prefeitura do Recife em 2012, pelo PSB.
Dilma planeja fazer mudanças na estrutura do ministério. A ideia é unificar as secretarias de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Políticas para Mulheres, que passaria a se chamar Secretaria Especial de Direitos Humanos e continuaria sendo chefiada pela ministra Maria do Rosário. Com a mudança, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, será demitida ou deslocada para outro órgão.

A presidente pode, também, extinguir o Ministério da Pesca e Aquicultura, hoje a cargo de Luiz Sérgio, e transferir suas atribuições ao Ministério da Agricultura. Outra mudança possível é a absorção da Secretaria Especial de Portos pelo Ministério dos Transportes. Se isso se confirmar, o ministro Leônidas Cristino, titular dos Portos, deixará o governo, assim como Luiz Sérgio, da Pesca.A presidente continua com o propósito de criar, com status de ministério, a Secretaria Especial das Micro e Pequenas Empresas, vinculada à Presidência da República.

Há um projeto de lei no Congresso criando o novo órgão. Dilma convidou para o futuro cargo a empresária Luiza Trajano, dona do Magazine Luiza. Com as mudanças, Dilma deve eliminar quatro cargos de ministro e criar um. Desta forma, a equipe deve diminuir de 38 para 35 ministros.

A presidente também planejava fazer mudanças no comando da Petrobras, uma vez que o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli, poderia deixar o cargo para retornar à vida político-partidária, com vistas à sucessão de Jaques Wagner (PT) no governo da Bahia, em 2014. Gabrielli, no entanto, manifestou o interesse em permanecer à frente da estatal.

Dilma pretende iniciar o segundo ano do mandato com pelo menos parte da equipe renovada. Seu plano é manter os ministérios atrelados aos partidos que a apoiam no Congresso Nacional, mas, de agora em diante, exigirá nomes de peso para preencher as vagas. O exemplo mencionado nas conversas internas é o de Aldo Rebelo, do PCdoB, que assumiu o Ministério do Esporte na semana passada. Ex-presidente da Câmara, Aldo é respeitado inclusive na oposição.

Apesar das declarações do ministro Carlos Lupi, afirmando que só deixará o governo "abatido à bala", a presidente Dilma já decidiu que ele não ficará no cargo. Apesar das denúncias de supostas irregularidades envolvendo seu ministério, Lupi ganhou uma sobrevida no cargo por ter afastado Ânderson Alexandre dos Santos, ex-coordenador geral de qualificação profissional, até que as investigações sejam concluídas.A versão que corre em Brasília é que o próprio governo teria levantado, há seis meses, informações de supostas irregularidades cometidas no Ministério do Trabalho e que a resposta de Lupi, na ocasião, foi promover mudanças em sua equipe.

Fonte: Valor Econômico