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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Burocracia é entrave para transporte por rodovias

Agência Estado


Usar rodovias para exportar produtos também tem seus transtornos, não só pelos riscos de acidentes nas estradas, mas pela burocracia ao atravessar fronteiras. Há duas semanas, um comboio de dez ônibus da Marcopolo que seguem rodando para o Chile está retido em Uruguaiana, fronteira com a Argentina.

O diretor comercial para o mercado internacional, Paulo Andrade, explica que a aduana detectou uma divergência na identificação do modelo dos ônibus (Andare Class). "Por erro de digitação, faltou uma letra ‘s’ na fatura", diz. "Os fiscais não aceitam a troca da fatura e, como a empresa foi autuada, precisa esperar até que eles definam uma solução, o que não tem prazo".

A Marcopolo exporta ônibus por via terrestre para Argentina, Chile, Bolívia, Peru e Uruguai. Para o Peru, um trajeto de 5 mil quilômetros, a viagem dura uma semana. Por via marítima, levaria de 25 a 30 dias. Os custos com transporte, segundo Andrade, são equivalentes, mas o ganho maior é no prazo de entrega.

Para destinos como África e Oriente Médio, a empresa usa os portos de Itajaí, Santos e Rio Grande. "Como os ônibus não são embalados, é muito comum chegarem danificados, com arranhões e batidas", diz Andrade.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, vê o quadro dos portos e da logística do País como "desanimador, quando o norte do nosso futuro depende da competitividade". Segundo ele, com o real forte, as empresas precisam de ganho de escala e corte de custos para competir internacionalmente, mas os entraves prejudicam o desempenho. "O pior é que não é uma questão momentânea." O executivo ressalta que há uma série de ações previstas pelo PAC, mas teme que a maioria não saia do papel.

VIA AÉREA

Outra alternativa para a exportação é utilizar a via aérea, mas, por ser a mais cara, só é adotada em casos de urgência. Recentemente, importadores do Equador recorreram a aviões para levar 40 chassis de ônibus da Mercedes-Benz, operação não muito comum pelo porte das peças.

Todo o processo levou menos de uma semana. Por navio, seriam cerca de 20 dias só em trânsito, apesar de a fábrica em São Bernardo estar próxima a Santos. "O navio dá a volta pela América do Sul, entra no canal do Panamá para depois seguir ao Equador", informa Carlos Garcia, gerente de vendas de exportação.

"Santos está saturado e outros portos estão entupidos, por isso a única alternativa para distribuir produtos no Mercosul é por caminhão", diz Mário Milani, presidente da autopeças Sogefi/Filtros Fram, de São Bernardo. Segundo ele, parte do engavetamento atual em Santos se deve "mais ao que está chegando do que ao que está saindo".

Milani conta que, este ano, a Sogefi recorreu "um par de vezes" ao transporte aéreo, para não atrasar entregas. "O custo é quatro vezes maior do que o frete marítimo", diz.

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