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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Greve traz prejuízos e afeta a imagem do Porto de Santos

Prevista para terminar às 6 horas desta terça-feira, a greve dos empregados da Codesp realizada na data de ontem causou sérios e irreparáveis prejuízos ao Porto de Santos, levando alguns empresários, trabalhadores autônomos e operadores portuários a contabilizarem suas perdas em virtude da paralisação das atividades. Entre importações e exportações, estima-se que aproximadamente meio milhão de toneladas em cargas e mercadorias deixou de circular pelo complexo santista. Cerca de 23 navios com atracação programada para esta segunda-feira permaneceram ao largo já que os trabalhadores responsáveis pelo setor de atracação de desatracação das embarcações também cruzaram os braços.

Para o gerente de operações da Hipercon Terminais de Cargas, Antônio Leal Filho, empresa que atua na exportação de açúcar, a greve trouxe sérias consequências para setor. "Não apenas no âmbito operacional ou comercial, o movimento afetou consideravelmente a imagem do porto sob o ponto de vista dos exportadores e importadores que se utilizam dele para viabilizar seus negócios". Para o executivo, a Codesp e a Secretaria de Portos precisam encontrar uma solução para o impasse. " Se a direção da Codesp está realmente impossibilitada de cumprir as cláusulas, então cabe ao secretário de portos (Leônidas Cristino) tomar as providências para que o movimento paredista não volte a ocorrer", disse.

De acordo com o empresário Adelmo Guassaloca Júnior, que além da operação portuária atua também no seguimento de locação de máquinas e equipamentos para o setor, a paralisação afeta toda a cadeia logística que envolve o Porto de Santos. "Temos que levar em consideração que estamos falando do maior porto do Brasil, o que por si só já revela a magnitude dos danos comerciais e logísticos que uma paralisação causa". Segundo o proprietário da Locapas - Locação e Serviços Marítimos, a greve afetou toda a cadeia produtiva portuária. "Os prejuízos são incalculáveis e atingem desde o simples produtor da matéria prima até os grandes fabricantes, empresas multinacionais e etc., que fazem uso do porto de Santos, sem falar das centenas de empresas e seus milhares de funcionários que também foram atingidos pela greve. Há mais de 10 anos que Santos não vivia uma situação dessas e isso não é bom", avaliou.

Trabalhadores

Mesmo sendo exclusivamente dos empregados da Codesp, a greve paralisou parcialmente outras categorias que atuam no porto. É o caso do caminhoneiro Sérgio Alvarenga Félix, que trabalha no transporte de granéis. "Tive que aguardar um dia inteiro e espero poder descarregar meu caminhão hoje e voltar o mais rápido possível para o interior para carregar novamente. Mas o prejuízo de ontem não recupero mais, e não tenho nem com quem reclamar", disse resignado. Para o também caminhoneiro e companheiro de Sérgio, José de Arimatéia Jr., a situação é ainda pior uma vez que o navio que levará a carga trazida por ele foi um dos que ficou atracado ao largo. "Vou ter que esperar até amanhã (quarta-feira) para descarregar e voltar para casa; nem banho tomei, tive um monte de gastos extras e quero ver se a Docas (Codesp) vai pagar minha diária".

A greve também afetou os trabalhadores portuários avulsos, muitos dos quais são remunerados por produtividade em função da tonelagem da carga manuseada no embarque ou na descarga. "Nem os avulsos fazem mais greve há muito tempo, e olha que as nossas negociações são com vários patrões (operadores portuários) de vários seguimentos, disse João Paulo da Silva, estivador. Segundo o trabalhador de bloco Antônio de Souza Menezes, a Codesp poderia ter evitado a greve de seus funcionários e a paralisação do porto. "Fico solidário aos companheiros doqueiros e torço para que a Justiça do Trabalho reconheça as reivindicações deles."

O Sindaport acionou seu Departamento Jurídico, sob responsabilidade do advogado Eraldo Franzese, que solicitou no Tribunal Regional do Trabalho a instauração de dissídio coletivo contra a Codesp. Segundo o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, a adesão da categoria foi de 100%. "Os trabalhadores estão de parabéns, com destaque para o pessoal da Guarda Portuária que desde a época da ditadura não fazia greve; o movimento foi um sucesso", avaliou. Os codespanos voltam a ser reunir em assembleia 24 horas após a audiência no TRT/SP., e uma greve por tempo indeterminado não está descartada. Estima-se que cerca de U$ 1,6 milhão (aproximadamente R$ 3 milhões) deixaram de ser movimentados no maior complexo portuário da América Latina.


Fonte:FalaSantos

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