
Para Ricardo Amaral, presidente da Abremar e diretor da Royal Caribbean, existe uma contradição no setor. “Enquanto ele cresce em ritmo chinês [por volta dos 30% nas duas últimas temporadas], há destinos que sumiram. Outros, que recebem menos navios do que antes.’’
Procurada, a Secretaria Especial de Portos, que recebeu o estudo, segundo a Abremar, não se pronunciou.
Florianópolis (SC) está na lista dos portos que desapareceram das bússolas. “Há um bom projeto para a cidade, mas as instalações atuais são inseguras. O píer chega na areia e não tem nem proteção lateral. O risco de cair na água é grande’’, diz Amaral.
Desde a temporada 2008/ 2009 navios de cruzeiro não param mais em Canasvieiras. Mesmo os grandes portos, como Santos e Rio de Janeiro, que estão recebendo fluxo intenso de passageiros, têm problemas. “Em Santos, por exemplo, as mangueiras para abastecer de água o navio são muito antigas. Elas não dão conta. As empresas precisam alugar barcaças com água para poderem encher os reservatórios, o que aumenta o custo.’’
Para o passageiro a situação também é desconfortável. O porto do Rio não possui área de espera, “o que deixa o terminal muito cheio, confuso e desconfortável’’, segundo o estudo da Abremar. No Píer Mauá, no Rio, duas pequenas áreas externas, com bancos ao ar livre, expostos ao sol ou chuva, servem como local de espera.
O diretor de Operações do Píer Mauá, Américo Relvas da Rocha, justificou que a questão está relacionada à segurança. “Essa medida é intencional e aplicada no mundo todo. Precisa haver uma distância segura entre os navios e as áreas de livre acesso. Mas é um ponto que pode ser discutido para o novo plano de segurança.’’ A Abremar destaca ainda que deveria haver uma área alternativa para estacionamento de ônibus de excursão. A falta de espaço do lado de fora também é uma das queixas de guias turísticos, taxistas e passageiros.
Segundo o diretor de Operação do Píer, nos picos, o fluxo é de 200 ônibus de excursão por dia. Ele diz que as condições não são ideais, mas que haverá melhorias. A falta de infraestrutura, segundo a Abremar, impacta também as temporadas futuras. Dois grandes navios que estão no litoral anunciaram que não voltarão ao país.
O Porto de Paranaguá não tem tradição – nem estrutura – de receber navios de passageiros. Apenas em março do ano passado o terminal recebeu o primeiro transatlântico, com 1,3 mil passageiros, vindo de Punta del Este, no Uruguai.
Fonte:Folhapress/Gazeta do Povo
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